A Síndrome de Marfan é uma doença do tecido conjuntivo descrita por um pediatra francês, Antoine Bernard-Jean Marfan, em 1896. É uma doença genética e hereditária de transmissão autossómica dominante (apenas uma mutação num dos alelos é necessária para ocorrerem manifestações clínicas), que não parece associada à raça ou ao sexo e mostra uma prevalência de 1/10000 indivíduos.
Aproximadamente 30% dos casos são esporádicos e os restantes de origem familiar.
As principais manifestações clínicas da Síndrome de Marfan concentram-se em três sistemas principais: o esquelético, caracterizado por estatura elevada, escoliose, braços e mãos alongadas e deformidade torácica; o cardiovascular, caracterizado por alterações da válvula mitral e dilatação da aorta; e o ocular, caracterizado por miopia e luxação do cristalino. Esta capacidade de atingir órgãos tão diferentes denomina-se pleiotropia. Entre as manifestações clínicas, destacam-se as mais potencialmente fatais: os aneurismas da aorta e dissecções da mesma.
A proteína em falta (codificada pelo gene FBN1) é a fibrilina que, quando ausente leva a que os ligamentos e as artérias se tornem mais flácidos e frágeis. A flacidez nos ligamentos articulares provoca uma hipermobilidade articular e a uma perda de contenção do crescimento dos ossos. Desta forma, eles crescem demais e deformam-se. Por sua vez, o ligamento de sustentação do cristalino (zónula), que neste síndrome é frágil, leva à mobilidade da lente (subluxação) podendo até romper-se (luxação). No coração, o sangue que é bombeado com muita força a cada batimento cardíaco é ejectado directamente na aorta, cujas paredes estão fragilizadas, pelo que esta se vai dilatando (aneurisma da aorta) e pode até chegar a romper-se.
O gene que foi associado à doença é o FNB1, sendo que as mutações neste gene são responsáveis pelo desenvolvimento do Síndrome de Marfan clássico. Na verdade, estas mutações são encontradas em cerca de 90% dos portadores desta doença. Foram ainda encontradas outras mutações associadas nos genes TGFBR2 (Síndrome de Marfan tipo 2) e TGFBR1 (Síndrome de Loeys-Dietz / aneurisma aórtico).
Crê-se que esta doença tenha afectado um elevado número de pessoas da esfera do domínio público como o imperador romano Júlio César, Abraham Lincoln, Charles de Gaulle ou o violinista Niccolò Paganini. Rumores apontam ainda Osama Bin Laden como um possível doente desta Síndrome.
Apesar de não ser conhecida uma cura para a doença, revela-se fundamental um diagnóstico precoce de forma a melhorar o prognóstico e a esperança de vida do doente. Assim, os testes genéticos são recomendados em indivíduos que apresentem um quadro clínico coincidente com a doença ou familiares em 1.ºgrau de doentes de Marfan.
Estes doentes devem ser acompanhados pelo médico, com exames regulares que vigiem as funções cardíacas, oftalmológicas e esqueléticas.
Os pacientes de Marfan geralmente são medicados com beta-bloqueantes de forma a diminuir a frequência cardíaca e o inotropismo do coração (força de contracção). Em caso de aneurisma da aorta, recorre-se a intervenção cirúrgica. É ainda importante que o doente seja alertado para a importância de uma correcta higiene oral, de forma a prevenir a entrada de bactérias por essa via e evitar assim complicações como endocardites.
Vejam algumas fotos do Estágio Avançdo da Doença:
Revoltado
5 comentários:
A Síndrom de Marfan nem sempre é tão visível. Minha filha passa por garota meiga e bonita, e ninguém diria quantas vezes escapou da morte por arritmia cardíaca, síncope sem falar nas alterações cranio-faciais que foram confundidas com retardo mental e paralisia cerebral por toda a sua vida. Só recentemente uma dentista identificou o palato - céu da boca - em ogiva, típico dessa síndrome. Ainda estamos em fase de diagnóstic o. Conheça marfan.com.br
Minha revolta é que a síndrome foi descrita há mais de cem anos, alguns médicos são capacitados para descrevê-la e o médico que viu minha filha é um desses capacitados. Mas não reconheceu. Agora, voltei a ele com relatórios e estou esperando resposta. O prim eiro sinal é o rosto comprido. O rosto comprido denuncia o estreitamento das vias aéreas. Assim como a Síndrome de Down tem cara de Down, a Síndrome de Marfan tem cara de Marfan.
tenho 47 anos e 8 meses, sou portadora da sindrome tenho 1,90 de altura, que foi diagnosticada há 38 anos atrás. Não ocncordo que a sindrome nos deixe com a mesma fisionomia, o problema dos diagnosticoas aualmente reside na incapacidade dosprofissionais que estão se formando na área da saúde.
Tenho uma vida normal. e as vezes me perguntam já fui modelo.
Procurem bons médicos.. mesmo que tenham uma simples gripe!!
Quatro em cada dez casos de Síndrome de Marfan são identificados por dentistas por causa do palato ogival, que torna o rosto pequeno e comprido em relação ao corpo. Mas outros sistemas precisam estar comprometidos para confirmar. Os casos que conheço não tem vida normal por causa dos problemas com a aorta e com a coluna. Conheço uma mãe que os três filhinhos morreram do coração depois de terem uma vidinha horrível e curta. Outros portadores parecem normais. SMF é a causa da morte de muitos atletas.
Sou portadourasindrome
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