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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Todos contra o poder do Brasil


A recente decisão do presidente equatoriano, Rafael "caloteiro" Correa, de impugnar ante uma corte internacional a dívida de 243 milhões de dólares contraída por seu país com o Banco Brasileiro de Fomento (BNDES) tem configurado um novo e delicado cenário na política regional sul-americana, é o que conta hoje o jornal espanhol El Pais.

Ao que parece aos poucos vai desmanchando o tratado feito no encontro de Manaus de 30 de setembro, onde Brasil, Venezuela, Bolívia e Equador anunciaram um ambicioso projeto de integração regional que incluía uma série de investimentos conjuntos para conectar os oceanos Pacífico e Atlántico através de corredores terrestres e fluviais que cruzariam o sul do continente de costa a costa.

Alinhados com as posições do Equador e estrangulados pela crise financeira internacional, alguns Governos da esquerda mais dura da América do Sul, leia-se populistas, (Venezuela, Paraguai e Bolívia) propõem-se agora revisar suas respectivas dívidas com o Brasil. Ante a ameaça de uma iminente onda de morosidade coletiva, o ministro Celso Amorim advertiu a seus vizinhos que se continuam minando sua confiança na concessão de crédito, paralisará o financiamento dos grandes projetos para a integração sul-americana.

Nosso país está na mira de vários países da região que manifestaram sua solidariedade com o Governo equatoriano depois do conflito diplomático entre Brasília e Quito, por causa de uma série de problemas detectadas na hidrelétrica de San Francisco, construída no Equador pela Oderbretch com financiamento do BNDES. Existe um verdadeiro rancor ante as últimas mostras da liderança regional do Brasil, que alguns Governos, como o do venezuelano Hugo "el loco" Chávez, chamam de perigosas e excessivas.

Correa, que sem "papas na língua" qualifica a Odebretch de empresa "corrupta", fechou a hidrelétrica e a ocupou militarmente, expulsou à construtora do país e posteriormente anunciou o início de uma ação legal ante a Câmera de Comércio Internacional (CCI) de Paris para nãzo pagar o empréstimo concedido pelo banco brasileiro.

Lula, principal responsável por estes empréstimos para seus, agora ex, "amiguinhos", foi forçado a chamar o embaixador em Quito e ameaçou revisar 30 projetos de cooperação com o Equador. (Não seria melhor cancelar todos?). Celso Amorim já confirmou que o embaixador não regressou para o Equador e que não há data prevista.

Em 26 de novembro passado, os países que compõem a Alternativa Bolivariana para a América (ALVA) saudaram a decisão equatoriana de cancelar o pagamento da dívida contraída com o Brasil. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, respaldado por seus homólogos de Bolívia, Nicarágua e Honduras, anunciou "respostas marcadas" ante ações "que atentem contra a vontade do Equador de impugnar os créditos que tenham lesionado a economia do país e de seu Estado de direito". Além do respaldo à decisão equatoriana, a ALVA recomenda aos países endividados a realização de auditorias integrais aos efeitos de pôr em evidência os atos que têm lesionado suas economias e a infração da ordem jurídica que deve reger um Estado de direito. Desta maneira, o eixo socialista latino-americano anima os governos da região a seguir os passos do Equador.

A investida obteve uma rápida resposta em Assunção, onde na semana passada o presidente paraguaio, Fernando "falastrão" Lugo, anunciou a revisão da dívida contraída por seu país com Argentina, Brasil e Taiwan.

- "Se outros países como o Equador estão fazendo, por que nós também não?", declarou o ex-bispo.

O BNDES é a maior entidade creditícia da América Latina e já emprestou milhões de dólares para o Equador, Venezuela, Bolívia e Paraguai. Coincidência ou não, os países que mais fazem qüestão da necessidade de analisar a legalidade das dívidas contraídas e de não assumi-las.

Todos estes governantes adeptos do popularismo barato e enganador já utilizam o mesmo e velho discurso estéril e ordinário de esquerda de sempre, relacionam o crescimento do nosso país como o de exploração de massas e nos acusam de ricos estrangeiros imperialistas.

E agora Brasil?

revoltado Mdig

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