quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Saiba o que fazer em caso de documentos roubados
Diante do grande número de brasileiros vítimas de fraudes, o governo federal quer implantar, a partir de 2009, um cartão de identidade com chip. O novo modelo dificultaria a falsificação de documentos, que já causou um prejuízo estimado em R$1 bilhão por ano, segundo Federação Brasileira dos Bancos.
A previsão é de que, em 2018, todas as carteiras de identidade do Brasil tenham sido substituídas. Por isso, para fugir das fraudes, quem tiver documentos roubados deve procurar a polícia, comunicar o banco e fazer um alerta de roubo e furto dos documentos no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e na Serasa.
Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro, pouca gente sabe que é importante fazer esses alertas, com ou sem um boletim de ocorrência (B.O.), comunicação legal do roubo. Eles podem ser feitos no SPC ou na Serasa, em alguns estados, até mesmo pela internet ou pelo telefone.
Quem registrou o alerta sem B.O. tem cinco dias para providenciar esse documento, para que o aviso do roubo continue cadastrado no SPC e na Serasa. Por ano, cerca de 1,5 milhão de documentos são roubados, furtados ou extraviados, todos sujeitos a fraudes.
“Qualquer comerciante que é filiado ao SPC, ao fazer a consulta cadastral daquela venda a crédito ou de alguém que esteja com aquele documento, ele pode impedir que se use o documento falso para venda a crédito”, afirma Carlos Monjardim, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Rio.
Assaltantes agem em lugares cheios
O administrador André Narciso Simon teve a carteira roubada e, logo após o crime, correu para uma delegacia e fez um boletim de ocorrência. Ele disse que foi abordado por dois homens armados em um lugar bastante movimentado. No entanto, mesmo após registrar o caso, ele não deixou de ser mais uma vítima da fraude em documentos.
“Eles (suspeitos) foram presos e condenados em três situações diferentes por crime de estelionato. E um desses assaltantes foi condenado com o meu nome e com o meu número de documento de RG”, declarou o administrador, que descobriu o golpe quando estava prestes a ser contratado como presidente de uma multinacional.
Luta na Justiça
Para as vítimas, a fraude traz ainda outros problemas, como fazer compras com cheque na esquina de casa. O filho da dona-de-casa Siley Paulino foi assassinado durante um assalto há três anos e vítima de fraude no Rio de Janeiro. Desde então, ela luta na Justiça.
“Após a morte do meu filho ainda ter este constrangimento de ter que correr atrás para limpar o nome do meu filho que já estava morto devido ao uso indevido do documento dele, que tinha sumido junto com ele após a morte dele”, afirmou Siley.
Aos 70 anos, o militar aposentado Omar Pereira teve os documentos furtados no ônibus que pega todos os dias para chegar ao trabalho. Ele teve que ir até o SPC, que fica na Câmara dos Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro, para se explicar. “Em poucos meses eu virei um inadimplente. Nem um carro velho eu posso comprar. É muito triste”, declarou.
Em Palmas (TO), a advogada Cláudia Soares teve mais sorte. Roubada dentro de uma loja, ela recebeu ali mesmo orientação para ir até à Câmara dos Dirigentes Lojistas e fazer o alerta de roubo.
“Fui prontamente atendida e nos momentos em que fui comprar ou ia fazer qualquer compra nova, aparecia essa restrição, eu apresentava o Boletim de Ocorrência. Foi uma segurança tanto para mim, quanto para os comerciantes”, disse.
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