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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Polícias do Brasil e EUA: Qual a diferença?


Após o caso Eloá, discute-se a falta de preparo e equipamentos da polícia brasileira. Isso aconteceu também no caso do ônibus 174 no Rio de Janeiro.

Nesse falatório em que “especialistas” pipocaram em todos os meios de comunicação, lembrei de uma matéria interessante sobre as diferenças da polícia brasileira e norte-americana, publicada na revista Superinteressante que não fala de aparatos, mas sim da hierarquia, da organização.

Resumindo, a principal diferença é a burocracia, causada em grande parte pela hierarquia completamente absurda que temos. Quanto mais “degraus” mais corrupção, mas incompetência. Isso em todos os setores basta ver a política…

Mas como é a organização de lá? Nos Estados Unidos a polícia é municipal, não estadual, como aqui. No Brasil, existe a Civil e Militar, onde cada uma cumpre sua função: a Militar mantém a ordem pública reprimindo ou prevenindo o crime, e a Civil investiga depois que um crime é constatado.

Salário: um PM de São Paulo, começa com cerca de 1500 reais contra 2500 dólares em Nova York.

Hierarquias

POLÍCIA NORTE-AMERICANA

  • Prefeito
    Chefe oficial da polícia, só é consultado em casos graves.
  • Comissário
    Indicado pelo prefeito, é o coordenador administrativo.
  • Delegado administrativo
    Nomeado pelo comissário, é um “síndico” que comanda cada delegacia e seus departamentos.
  • Chefe de departamento
    Chefia um dos departamentos, como o de homicídios, crimes de trânsito, desaparecidos etc.
  • Xerife
    Atende cidades muito pequenas e, quando preciso, pede um reforço aos vizinhos maiores.
  • Agentes não fardados e especiais
    Depois de um ou dois anos, os oficiais podem concorrer para ocupar vagas na área investigativa.
  • Oficial de polícia
    Começam como policiais de rua, fardados e fazendo rondas.
  • Civis auxiliares
    Há programas de treinamento para civis, que denunciam atos suspeitos em seus bairros.
  • UNIDADE ESPECIAL
    Só um grupo especial é usado nos EUA: SWAT
    Special Weapons and Tactics (SWAT) é o nome genérico dos grupos especiais da polícia americana. Podem atuar em atividades muito diferentes, do resgate de reféns à escolta de autoridades. São chamados nos casos de alto risco, mas os policiais não ficam parados enquanto esses eventos não acontecem. Geralmente fazem rondas como policiais comuns, e a qualquer momento o rádio chama e eles se deslocam para a ocorrência mais grave.
  • FBI
    Órgão investiga e faz pesquisa científica

Tanto o Federal Bureau of Investigation (FBI) quanto a PF investigam crimes nacionais, como questões de fronteira e espionagem — no caso dos EUA, inclui-se aí também o terrorismo. Ao contrário da PF, o FBI conta com químicos e engenheiros em sua área de pesquisa, que cria equipamentos de perícia e detectores de documentos falsos.

POLÍCIA BRASILEIRA

  • PM
    Reprime para manter a ordem, enquanto Civil investiga crimes
  • Governador
    Autoriza as ações mais importantes, como a entrada em um presídio tomado pelos detentos.
  • Secretário da Segurança Pública
    Coordenador efetivo das polícias, já que o governador não segue a rotina policial.

MILITAR

  • Coronel
    Responde por regiões do estado. Lidera até 3 mil PMs.
  • Tenente-coronel
    Chefia cerca de 500 membros, e três a cinco unidades menores.
  • Major
    Auxilia o tenente-coronel no comando do batalhão.
  • Capitão
    Lidera cerca de 120 policiais.
  • Tenente
    É o “meio-de-campo” entre seu superior e a rua.
  • 1º, 2º e 3º sargentos
    Comandam grupos de cerca de dez soldados em rondas e patrulhas.
  • Soldado
    Fica nas ruas, reprime e previne os crimes.

CIVIL

  • Delegado de classe especial
    Chefia grandes unidades, como o Departamento de Homicídios ou o de Narcóticos. Lidera até mil agentes.
  • Delegados de 1ª, 2ª e 3ª classes
    Chefiam desde delegacias de bairros nobres a grupos com até 300 policiais.
  • Delegados de 4ª e 5ª classes
    Chefia DPs menores ou faz plantões nas maiores.
  • Agentes
    Analisam o local do crime e suas provas e colhem depoimentos.

OS ESPECIALISTAS

  • Bope
    No Rio de Janeiro.

Em São Paulo existem mais unidades especiais:

  • CHOQUE
    Tropa da PM com batalhões para ações de alto risco, como perseguição a bandidos e contenção de rebeliões.
  • COE
    Comando de Operações Especiais, seus PMs entram em matas, parques e rios e buscam corpos e desaparecidos.
  • GATE
    Grupo de Ações Táticas Especiais da PM. Negocia com seqüestradores que têm reféns e faz desarmamento de bombas.
  • GOE
    Unidade de repressão da Civil, o Grupo de Operações Especiais ajuda o Choque em ações como megarrebeliões.
  • GARRA
    Também da Civil, o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos é treinado na troca de tiros e perseguição de fugas.
  • PF
    Das operações contra corrupção à emissão de passaportes

No Brasil, a PF é como se fosse uma Polícia Civil para crimes de porte nacional, como as questões de imigração, tráfico de drogas e armas e contrabando. Também investiga fraudes e corrupção e emite passaportes, além de treinar profissionais de segurança privada. As polícias locais não são subordinadas às federais — são instâncias diferentes que, quando necessário, trabalham em conjunto.

Resumindo: é muito cacique pra pouco índio.

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